Muitas pessoas não valorizam a capacidade de respirar bem. Particularmente para pessoas que sofrem de sinusite crônica, asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica e outras doenças do trato respiratório, uma respiração sem esforço é muito valorizada. 

‌‌‌‌Causas de Problemas Respiratórios

Pessoas com condições respiratórias e pulmonares costumam ter mais problemas durante os meses de inverno ou quando se expõem ao ar mais poluído ou fumaça. No inverno, não é somente a exposição mais alta a vírus que preocupa pessoas com problemas respiratórios, mas o fato de respirar mais o ar parado, morno e seco de ambientes internos. Esse ar resseca as membranas das vias aéreas. Como resultado, a proporção de água no muco é reduzida, tornando-o mais espesso e mais difícil de eliminar das vias aéreas. 

Esse muco espesso e menos funcional se torna um ambiente propício para a proliferação de microrganismos, o que aumenta o risco de sinusite, bronquite e congestão e/ou infecção nos pulmões. Umidificadores podem ajudar a manter as vias aéreas úmidas, mas garantir uma hidratação suficiente de dentro para fora é essencial para manter o revestimento do trato respiratório com níveis adequados de água.

Obviamente, manter-se bem hidratado consumindo água suficiente é importante para manter a hidratação nas vias aéreas. Além disso, existem produtos naturais seguros e efetivos para melhorar a hidratação das vias aéreas. A melhora no conteúdo de água das via aéreas de dentro para fora leva a uma secreção mais saudável de muco, e resulta em uma respiração mais fácil. 

‌‌‌‌Nutrientes Essenciais Para a Saúde Respiratória

O revestimento do trato respiratório e dos pulmões é composto por células especializadas e uma barreira de muco. Estas células precisam de um fornecimento constante de nutrientes para que possam desempenhar funções importantes. Além de terem um papel estrutural de proteção contra a poluição e infecção, estas células também têm um papel de produção. Elas produzem mucina e outras substâncias protetoras que recobrem as vias aéreas e são essenciais para combater vírus e outros organismos danosos.

Para garantir o consumo adequado de todos os micronutrientes essenciais necessários para o funcionamento destas células, considere tomar uma fórmula multivitamínica e mineral. Certifique-se de tomar um multi que forneça pelo menos a dose diária recomendada de nutrientes essenciais para a saúde das células epiteliais das vias aéreas e do pulmão. 

Especificamente a vitamina AC, e Dbeta-carotenovitaminas Bselênio, e zinco. Estes nutrientes são essenciais para a saúde do trato respiratório e dos pulmões. 

‌‌‌‌3 Suplementos para o Sistema Respiratório

Três produtos naturais muito úteis, que fornecem um apoio poderoso para a saúde respiratória e dos pulmões são a N-acetilcisteínaextrato de hera, e proteases. 

Estes ingredientes podem ser usados individualmente ou combinados para uma eficiência ainda maior. 

  • N-acetilcisteína deve ser usada por pessoas com problemas respiratórios ou que são expostas ao ar poluído ou fumaça de cigarro.  
  • extrato de hera é útil para pessoas com dificuldades para respirar devido a irritações no trato respiratório. 
  • Asproteases (bromelaína e serrapeptase) são úteis quando o muco está espesso mas em quantidade insuficiente. 

Uma fórmula multivitamínica e mineral que fornece os níveis recomendados de nutrientes essenciais também deve ser considerada.

‌‌‌Os Benefícios da ‌N-acetilcisteína Para a Saúde Respiratória

N-acetilcisteína (NAC) é um derivado da, cisteína, um aminoácido de ocorrência natural. A NAC tem um histórico extensivo de uso na medicina convencional para reforçar o trato respiratório e o funcionamento dos pulmões durante condições pulmonares agudas e crônicas, incluindo enfisema, bronquite, asma e fibrose cística. 

A NAC funciona afinando o muco espesso, ao quebrar diretamente as ligações de enxofre que unem suas mucoproteínas. Ao quebrar estas ligações, a NAC reduz a espessura e a viscosidade excessiva do muco, em situações em que as secreções do trato respiratório se tornam muito espessas e "grudentas". Como ajuda a limpar as vias aéreas, a NAC melhora a saúde respiratória e funcionamento dos pulmões, o que é notado como redução da tosse e melhora na saturação de oxigênio no sangue.1,2

A NAC pode ser útil em transtornos dos pulmões e do trato respiratório, ajudando a melhorar a estrutura e o funcionamento da camada de mucina. Este benefício é especialmente importante para melhorar o funcionamento do trato respiratório durante problemas como bronquite crônica e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).  

Em uma análise detalhada de 39 testes clínicos, concluiu-se que a NAC oral reduz o risco de exacerbações (piora severa) e melhora os sintomas em pacientes com bronquite crônica quando comparada a um placebo.2

Além de seus efeitos mucolíticos, a NAC pode aumentar a produção de glutationa—um importante antioxidante para todo o trato respiratório e pulmões.3 A glutationa é essencial para reforçar a saúde respiratória num contexto de poluição. Quando o ar poluído, fumaça ou outros componentes danosos são internalizados com a respiração, quem bloqueia os danos e irritações dos pulmões e vias aéreas causados por estes componentes é principalmente a glutationa. 

A dosagem típica de NAC para reduzir a espessura do muco é de 200 a 400 mg, três vezes ao dia.

‌‌Extrato de Hera e Irritações do Trato Respiratório

extrato de hera tem um longo histórico de uso para reforçar a saúde respiratória em pessoas lidando com asma e DPOC. Pesquisas clínicas significativas validaram o uso histórico da hera para promover a saúde respiratória e dos pulmões, ao mostrar a habilidade da hera em reduzir espasmos brônquicos e melhorar secreções respiratórias.4-7 

Diversos estudos duplo-cegos mostraram que o extrato de hera melhora o funcionamento dos pulmões e do trato respiratório. Por exemplo, em um estudo duplo-cego, 25 crianças asmáticas com idades entre 10 e 15 anos demonstraram melhora na capacidade pulmonar com o extrato de hera. A melhor se mostrou clinicamente relevante e estatisticamente significativa três horas após as crianças tomarem o extrato de hera. No dia 10 do tratamento, os efeitos foram ainda mais impressionantes.4 

Um estudo mais recente com extrato de hera avaliou sua habilidade de reduzir a produção e secreção de muco nasal em pessoas se recuperando de cirurgias no nariz. Frequentemente após uma cirurgia nasal o muco se torna espesso e excessivo, o que pode facilitar infecções. O estudo incluiu 70 pacientes que passaram por cirurgia nasal e foram divididos em dois grupos iguais. O grupo tratado com um xarope baseado em extrato padronizado de folhas secas de hera apresentou redução significativa na secreção nasal e nenhum desenvovimento de infecções locais. No grupo controle, uma infecção local foi evidente em cinco pacientes (14.29%) e um tratamento com antibióticos foi necessário.7 Você não precisa passar por uma cirurgia no nariz para se beneficiar dos efeitos do extrato de hera. Ele é util sempre que as passagens nasais estiverem secretando muco excessivamente.

A dosagem típica do extrato seco em pó é de 100 mg duas vezes ao dia.

‌‌‌As Proteases e o Muco

Proteases são frequentemente usadas em  fórmulas digestivas para ajudar a quebrar as proteínas da alimentação, mas elas também quebram o muco espesso ou excessivo. As proteases quebram as ligações entre aminoácidos específicos ao adicionar água ou hidrolisar estas ligações. 

Quando tomadas de estômago vazio e sem alimentos, as proteases são absorvidas na corrente sanguínea exercendo efeitos sistêmicos, incluindo efeitos sobre o muco. Algumas proteases específicas como a bromelaína e a serrapeptase demonstraram benefícios em melhorar a composição, características físicas e funcionamento do muco. Elas são úteis sempre que o muco se tornar muito espesso.

bromelaína e a serrapeptase diminuem a espessura do muco enquanto aumentam a sua produção, ao mesmo tempo que aumentam drasticamente a sua eliminação do trato respiratório. O efeito final é a produção de muito mais muco, que é efetivo em proteger as vias aéreas da irritação e bloqueio. A bromelaína e a serrapeptase são úteis sempre que as vias aéreas estiverem afetadas por secreções de muco espessas ou excessivas.8-12 

Bromelaína 

O termo bromelaína se refere a um grupo de enzimas contendo enxofre que digerem proteínas (enzimas proteolíticas ou proteases) obtidas a partir do abacaxi. A dosagem típica da bromelaína para indicações respiratórias é de 250 a 750 mg, três vezes ao dia, entre as refeições.

Serrapeptase  

serrapeptase é uma enzima produzida a partir de uma bactéria benéfica, a Serratia marcescens, que vive no intestino do bicho-da-seda. O bicho-da-seda utiliza o efeito poderoso desta enzima para quebrar seu casulo e se libertar quando se transforma em uma mariposa adulta. Como suplemento alimentar, a dosagem de serrapeptase é baseada em sua atividade enzimática, na forma de unidades de serrapeptase ou SPU. A dosagem para reforçar a saúde respiratória e dos pulmões é de 40.000 a 100.000 unidades, até três vezes ao dia. 

‌‌‌‌Soluções Adicionais para a Saúde Respiratória

Para congestão nos seios da face, experimente irrigar com uma solução de água e sal usando um Neti pot. Quando usada apropriadamente, a água com sal irá fluir pela cavidade nasal e aliviar sintomas de congestão. O uso diário é recomendado durante episódios agudos e dia sim, dia não para condições crônicas.

Sprays nasais com ingredientes naturais, como xilitol ou compostos homeopáticos, também podem ajudar a manter as membranas hidratadas.

Para a congestão dos brônquios e pulmões e também para infecções mais profundas nos seios da face, experimente a drenagem postural. É uma terapia simples e antiga que funciona muito bem. Aplique uma compressa ou bolsa de água quente sobre o peito por cerca de 20 minutos. Então faça a drenagem postural deitando-se de barriga para baixo com a metade superior do corpo para fora da cama, usando os antebraços como apoio. Mantenha a posição de cinco a 15 minutos, enquanto você tosse e elimina secreções em uma bacia ou jornal no chão. Faça isso duas vezes ao dia, sempre que houver uma congestão nasal significativa.

Referências:

  1. Pei Y, Liu H, Yang Y, et al. Biological Activities and Potential Oral Applications of N-Acetylcysteine: Progress and Prospects. Oxid Med Cell Longev. 2018;2018:2835787. 
  2. Elbini Dhouib I, Jallouli M, Annabi A, et al. A minireview on N-acetylcysteine: An old drug with new approaches. Life Sci. 2016;151:359-363. 
  3. Santus P, Corsico A, Solidoro P, Braido F, Di Marco F, Scichilone N. Oxidative stress and respiratory system: pharmacological and clinical reappraisal of N-acetylcysteine. COPD. 2014 Dec;11(6):705-1. 
  4. Hofmann D, Hecker M, Völp A. Efficacy of dry extract of ivy leaves in children with bronchial asthma--a review of randomized controlled trials. Phytomedicine. 2003 Mar;10(2-3):213-220. 
  5. Hecker M, Runkel F, Voelp A. Treatment of chronic bronchitis with ivy leaf special extract--multicenter post-marketing surveillance study in 1,350 patients. Forsch Komplementarmed Klass Naturheilkd. 2002 Apr;9(2):77-84. 
  6. Kemmerich B, Eberhardt R, Stammer H. Efficacy and tolerability of a fluid extract combination of thyme herb and ivy leaves and matched placebo in adults suffering from acute bronchitis with productive cough. A prospective, double-blind, placebo-controlled clinical trial. Arzneimittelforschung. 2006;56(9):652-60. 
  7. Savović S, Paut Kusturica M, Kljajić V, Buljčik Čupić M, Jovančević L, Pavlović V, Rašković A. The influence of standardized dry ivy leaf extract on the proportion of nasal secretion after post-septoplasty nasal packing removal. Braz J Otorhinolaryngol. 2019 Nov-Dec;85(6):685-689. 
  8. Maurer HR. Bromelain: biochemistry, pharmacology and medical use. Cell Mol Life Sci. 2001 Aug;58(9):1234-45. 
  9. Ryan RE. A double-blind clinical evaluation of bromelains in the treatment of acute sinusitis. Headache 1967;7:13-17.12. Majima Y, Inagaki M, Hirata K, et al. The effect of an orally administered proteolytic enzyme on the elasticity and viscosity of nasal mucus. Arch Otorhinolaryngol 1988;244:355-359. 
  10. Bhagat S, Agarwal M, Roy V. Serratiopeptidase: a systematic review of the existing evidence. Int J Surg. 2013;11(3):209-217. 
  11. Nakamura S, Hashimoto Y, Mikami M, et al. Effect of the proteolytic enzyme serrapeptase in patients with chronic airway disease. Respirology 2003;8:316-320. 
  12. Mazzone A, Catalani M, Costanzo M, et al. Evaluation of Serratia peptidase in acute or chronic inflammation of otorhinolaryngology pathology: a multicentre, double-blind, randomized trial versus placebo. J Int Med Res 1990;18:379-388.