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A psoríase é uma doença de pele considerada como um distúrbio autoimune e caracterizada por placas elevadas com escamas que causam coceira, com uma base avermelhada, espessa e irregular, cujo tratamento é desafiador. Devido à inflamação sistêmica, as placas se formam a partir das células da pele, que se multiplicam dez vezes mais rapidamente que o esperado. Na maioria dos casos, as placas afetam os cotovelos, os joelhos, o couro cabeludo e o tronco, mas também podem surgir em qualquer área da pele. A psoríase também pode ser desencadeada pelo estresse, consumo de álcool, tabagismo, frio, clima seco e lesões ou infecções na pele.
Os ataques de psoríase podem ser contidos por diversas abordagens naturais para a longevidade e a saúde da pele.
Idealmente utilizada como um creme tópico para a pele para tratar psoríase leve a moderada, a uva-do-oregon (Mahonia aquifolium) é uma escolha popular de quem procura opções naturais para tratar as placas de psoríase. Também conhecida como berberina, a uva-do-oregon tem propriedades anti-inflamatórias que reduzem a vermelhidão em placas psoriáticas. As folhas e o caule da planta são usados para produzir o creme tópico, que pode causar uma leve sensação de ardência quando aplicado sobre a placa.
Em um ensaio clínico no qual se testou um tratamento tópico com uva-de-oregon para a psoríase, 84% dos pacientes relataram ter tido uma reação boa a excelente ao creme. Em uma análise comparativa, 63% dos pacientes avaliaram a uva-de-oregon como igual ou superior ao tratamento padrão para a psoríase.
Outro estudo observou pacientes com psoríase bilateral leve a moderada que foram tratados com uva-de-oregon por um mês. Os pacientes apresentaram uma melhora na psoríase após uma semana de tratamento, e o lado tratado com o creme de uva-de-oregon registrou um desempenho igual ou superior ao lado tratado com o creme de controle.
As propriedades refrescantes e suavizantes da babosa (Aloe vera) a tornam adequada para uma ampla gama de aplicações tópicas na pele, incluindo o tratamento da psoríase. De acordo com a Mayo Clinic, um creme tópico com pelo menos 0,5% de babosa pode ser usado para tratar leves ataques de psoríase. O creme deve ser aplicado de uma a três vezes ao dia, por cinco dias seguidos, para diminuir a inflamação e ajudar a atenuar o ataque. A fim de evitar irritações na pele, pode ser necessário dar uma pausa no creme antes da rodada de aplicação.
Um estudo clínico observou pacientes com psoríase, com idades entre 18 e 50 anos, por um período médio de oito anos e meio. Os pacientes foram examinados semanalmente. Aqueles que apresentaram uma redução progressiva das lesões, acompanhada de diminuição da vermelhidão, do inchaço e do Índice de Área e Severidade da Psoríase (PASI), foram considerados curados. O PASI é uma ferramenta utilizada para medir a severidade da psoríase. Um valor entre 5 e 10 representa um caso moderado da doença, enquanto um valor acima de 10 é considerado severo. Todos os pacientes tiveram boa tolerância ao tratamento, sem sintomas adversos.
Ao fim do estudo, o creme de extrato de Aloe vera tinha curado 25 de 30 pacientes (83,3%), ao passo que o placebo apresentou uma taxa de cura de 2 de 30 pacientes (6,6%). Além disso, as placas psoriáticas diminuíram significativamente (82,8% em comparação aos 7,7% do placebo) e o valor do PASI caiu para uma média de 2,2.
A babosa também tem propriedades antienvelhecimento, um benefício adicional da aplicação tópica do creme de Aloe vera.
O ácido icosapentaenoico (EPA) e o ácido docosa-hexaenoico (DHA) são dois ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa que são encontrados em abundância em peixes gordos, como salmão e cavalinha, bem como em algas. Essas gorduras saudáveis são insaturadas e favorecem a saúde do coração por meio da diminuição dos níveis de triglicérides e da pressão arterial em algumas pessoas. As propriedades anti-inflamatórias dos ácidos graxos ômega-3 podem ajudar pacientes com psoríase.
Em um estudo clínico, concluiu-se que o tratamento suplementar com ácidos graxos ômega-3 complementa o tratamento tópico para a psoríase e contribui significativamente para a redução do valor do PASI. Constatou-se que os suplementos de ômega-3 reduziram as lesões no couro cabeludo, a vermelhidão, a descamação e o inchaço das áreas tratadas.
A curcumina, o principal composto anti-inflamatório na especiaria de cor dourada-alaranjada conhecida como cúrcuma, pode ser aplicada topicamente para reduzir e suavizar as placas psoriáticas na pele. A cúrcuma também pode ser consumida oralmente para diminuir a inflamação sistêmica em pacientes com psoríase. Nativa da Índia e Indonésia, onde já era utilizada como especiaria e perfume nos tempos antigos, a curcumina reduz a expressão de citocinas pró-inflamatórias e fatores de crescimento, como as interleucinas-6 e 8 (IL-6 e IL-8), nos queratinócitos.
Os queratinócitos têm um papel ativo no processo de início e na manutenção de inflamações psoriáticas na pele, ao secretar quimiocinas e citocinas, o que leva à ativação de mais células imunológicas na pele. Isso, por sua vez, amplifica o processo inflamatório. Além disso, ocorre o aumento da taxa de proliferação dos queratinócitos psoriáticos, o que significa que eles se multiplicam em uma velocidade muito mais alta do que deveriam. A curcumina pode ajudar a reduzir esses processos inflamatórios dentro dos queratinócitos, o principal tipo de célula na epiderme, que é a camada mais superficial da pele.
Em pessoas com psoríase, as células imunológicas chegam à pele por meio dos vasos sanguíneos e fazem a epiderme crescer muito rapidamente, inibindo o processo de descamação natural da pele. Consequentemente, a pele fica mais espessa e ocorre um acúmulo de escamas compostas por células mortas que se manifestam na forma de placas psoriáticas.
As poderosas propriedades anti-inflamatórias da cúrcuma fazem dela uma excelente erva antienvelhecimento, pois a maioria das doenças crônicas é causada por inflamações crônicas. Inclua cremes e suplementos de cúrcuma em sua rotina para ter boa saúde e longevidade.
Mudanças no sistema vascular cutâneo (da pele) são aparentes em pessoas com psoríase e podem ter um papel fundamental no processo da doença. Um estudo clínico avaliou os efeitos da aplicação tópica de capsaicina, um conhecido inibidor da vasodilatação cutânea (alargamento dos vasos sanguíneos da pele), em pessoas com psoríase moderada e severa.
O estudo demonstrou que as placas psoriáticas tratadas com capsaicina apresentaram, em geral, uma melhora mais significativa do que aquelas tratadas com um creme de controle sem medicamento. A descamação e a vermelhidão das placas nas quais se aplicou o creme tópico de capsaicina tiveram uma redução consideravelmente maior.
Quase metade dos pacientes apontaram, no início da aplicação da medicação com capsaicina, uma sensação de ardência, fisgada, coceira e vermelhidão na pele, mas relataram que, com o uso contínuo do creme tópico, essa sensação diminuiu ou desapareceu.
Tomar um banho de banheira com aveia pode aliviar as placas psoriáticas inflamadas. Já se comprovou que a aveia reduz a coceira e o inchaço na pele, com as gorduras ômega-3 e ômega-6 sendo os principais ingredientes contribuintes para esses efeitos suavizantes. Estudos demonstraram que as avenantramidas, componentes ativos da aveia, podem inibir a liberação de citocinas pró-inflamatórias e histamina. Esses são mecanismos-chave na patofisiologia de doenças de pele inflamatórias, como a psoríase.
Utilize aveia coloidal, que é uma versão bem moída e facilmente solúvel em água quente e não entupirá seu ralo. Comece com meia xícara (115 g) de aveia coloidal e vá aumentando a quantidade até chegar a uma xícara e meia (340 g) misturada em água morna.
Acrescentar óleos essenciais de lavanda, camomila ou bergamota à água da banheira pode trazer um alívio adicional. Não aplique óleos essenciais diretamente sobre as placas psoriáticas. Tenha cuidado ao sair da banheira, pois a aveia pode deixar a água viscosa e escorregadia.
Seque-se tocando a pele levemente com a toalha, sem esfregá-la, para evitar irritações. Após a secagem, aplique um hidratante leve na pele, como óleo de coco, para reter a hidratação. O óleo de coco hidratará a pele e as escamas e, ao mesmo tempo, trará efeitos anti-inflamatórios adicionais para ajudar a suavizar as placas psoriáticas.
A deficiência de vitamina D já foi associada à psoríase. Embora não sejam a causa da psoríase, níveis baixos de vitamina D podem aumentar os ataques e interferir na função imunológica do corpo e em sua capacidade de manter a pele saudável.
Quando consumida oral ou topicamente, a vitamina D pode ajudar a tratar a psoríase. Quando consumida internamente como um suplemento, a vitamina D ajuda a reforçar o sistema imunológico. Como a psoríase é uma doença autoimune, isso pode ajudar a aliviar seus sintomas. Quando aplicada topicamente, a vitamina D pode desacelerar a taxa de proliferação ou crescimento celular, ajudando, assim, a afinar as placas psoriáticas.
Também é possível aumentar os níveis de vitamina D pela exposição à luz solar — de 15 minutos diários para pele clara a 30 minutos diários para pele mais escura — e por fontes alimentares. Exemplos de alimentos ricos em vitamina D são peixes gordos, como atum, cavalinha e salmão, e alimentos fortificados com esse nutriente, incluindo alguns laticínios, suco de laranja, leite de soja e cereais.
A vitamina D é lipossolúvel; portanto, é essencial que um médico monitore seus níveis para evitar o acúmulo prejudicial, conhecido como hipervitaminose D ou toxicidade da vitamina D. A hipervitaminose pode causar um acúmulo excessivo de cálcio no sangue, o que pode provocar urinação frequente, fraqueza e, eventualmente, problemas renais. Geralmente, ela é causada por doses excessivas de suplementos de vitamina D, sendo sua ocorrência pouco provável a partir da alimentação ou da exposição ao sol.
Há diversas abordagens naturais para o tratamento da psoríase, desde plantas como a cúrcuma e a uva-de-oregon a suplementos comovitamina D e ácidos graxos ômega-3. Os efeitos suavizantes da babosa, as propriedades anti-inflamatórias da aplicação tópica de aveia e a inibição da vasodilatação cutânea por um creme tópico de capsaicina são alternativas únicas e eficazes para o alívio das placas psoriáticas.
Experimentar uma opção de cada vez pode ser a melhor forma de descobrir qual funciona melhor para você. Depois de testá-las individualmente, você poderá optar pela junção dos métodos aos quais mais bem reagiu para elaborar um plano de tratamento eficaz para sua psoríase. Independentemente da abordagem, esses remédios naturais para a psoríase devem trazer o alívio tão necessário para a inflamação e a coceira de suas placas psoriáticas.
Referências:
Por Dra. Carlie Biggins, ND
