ginseng possui um longo histórico como medicamento de origem vegetal e, hoje, é uma palavra popular não só em bebidas mas também em produtos de saúde e energia de todos os tipos. Ele é conhecido por auxiliar a energia, reduzir a fadiga, promover o estado de alerta e ajudar a lidar com o estresse. 

Tradicionalmente utilizado como um tônico geral para promover o bem-estar quando os sistemas do corpo estão enfraquecidos, o ginseng pode ser incluído como parte do tratamento abrangente de várias doenças.

O Ginseng É um Adaptógeno

Ervas como o ginseng, que auxiliam uma reação saudável ao estresse, são chamadas de adaptógenas. Os adaptógenos nos ajudam a manter um nível saudável de cortisol (o hormônio do estresse), ter mais energia, melhorar a função cognitiva e dormir melhor sob circunstâncias estressantes. Eles são tradicionalmente considerados profundamente nutritivos para todo o corpo.

Existem muitos preparos e tipos diferentes de ginseng, levando a uma dificuldade em interpretar de forma consistente a literatura científica e os usos históricos. Algumas culturas usam partes diferentes da planta, as preparam como um chá, comem inteiras ou possuem outras técnicas de processamento. Tanto a qualidade dos produtos botânicos quanto a forma de estudo variam drasticamente; porém, ainda assim existem muitas informações. Converse com seu provedor de saúde qualificado sobre consumir suplementos de ginseng ou outros preparos. Os resultados são melhores quando usados por um período de tempo estendido.

O ginseng é tão popular que a palavra é usada para várias plantas diferentes, que não são exatamente iguais; porém, elas vêm da mesma família de plantas, a Araliaceae. O ginseng também é valorizado porque cresce muito lentamente e é difícil de cultivar, o que faz com que ele seja superexplorado em terras selvagens e caro para cultivar em estufas ou fazendas.

Ginseng Americano (Panax quinquefolius)

Nativo do leste da América do Norte, o ginseng americano é utilizado tradicionalmente para aliviar a exaustão do trabalho excessivo, má digestão e secura da boca, olhos e pele O ginseng americano possui uma propriedade de resfriamento, o que é uma boa notícia para pessoas que tendem a sentir muito calor.

Há boas pesquisas sobre o uso de Panax quinquefolius para a regulação do açúcar sanguíneo Um estudo de 2019 descobriu que adicionar ginseng americano ao tratamento convencional para o diabetes tipo 2 pode ser uma forma segura e efetiva de melhorar o controle do açúcar sanguíneo. Converse com seu médico sobre adicionar essa erva no seu plano de tratamento para o diabetes.

Além disso, foi descoberto em estudos com ratos que o ginseng americano pode ser efetivo para o tratamento e a prevenção da colite. Ele é anti-inflamatório e antioxidante para o trato digestivo. Mais pesquisas são necessárias para ver se esse resultado é consistente em populações humanas.

Ginseng Asiático (Panax ginseng)

Também conhecido como ginseng vermelho, branco, chinês ou coreano, o Panax ginseng é mais utilizado tradicionalmente para lidar com a exaustão, que leva à desregulação do cortisol e à instabilidade da glicose sanguínea. O ginseng asiático possui uma propriedade de aquecimento, o que significa que ele pode não ser bem utilizado em climas quentes ou em pessoas que tendem a sentir calor.

Há pesquisas significativas com qualidade variável sobre o uso do Panax ginseng para ajudar a regular a glicose sanguínea. Se você tem problemas com glicose sanguínea alta ou baixa, o Panax ginseng pode ajudar a estabilizar a sua glicose. Converse com seu médico sobre usar qualquer coisa para auxiliar a regulação da sua glicose sanguínea, principalmente se você tiver diabetes ou outros problemas com a desregulação da glicose.

Existem mais pesquisas indicando que o Panax ginseng pode ser útil para auxiliar o sistema imunológico, melhorar a cognição, aumentar a resistência física, combater o envelhecimento, manter níveis saudáveis de colesterol e combater vários distúrbios dos sistemas cardiovascular e respiratório, bem como depressão, ansiedade e sintomas da menopausa.

Ginseng Siberiano (Acanthopanax senticosus)

Recentemente reclassificada como Eleutherococcus senticosus e conhecida como não-me-toque, esta planta não era tradicionalmente chamada de ginseng. O nome foi aplicado mais recentemente por questões de marketing; porém, o ginseng siberiano é parte da mesma família. Ele é mais comumente usado para a recuperação do estresse a longo prazo, a recuperação de cirurgias ou lesões e a melhora do desempenho atlético.

O ginseng siberiano é útil para a resistência, incluindo o desempenho atlético, e para o estado de alerta semelhante à cafeína. Logo, ele pode ser útil para pessoas que não toleram bem o café mas gostariam de ter um reforço de energia.

Um estudo com atletas jovens do sexo masculino descobriu que o ginseng siberiano, quando tomado por oito semanas, melhorou significativamente a função cardiovascular, o desempenho físico e o metabolismo. Outro estudo, realizado com ratos, descobriu que a recuperação após a exaustão física é reduzida com a suplementação de ginseng siberiano.

Estudos in vitro demonstraram que o ginseng siberiano pode inibir a replicação viral de RNA, além de poder ser útil para reduzir a duração de doenças agudas, como resfriados e gripe.

Estudos foram conduzidos sobre o uso do ginseng siberiano para o tratamento de úlceras, artrite e doenças autoimunes, e também como um anti-inflamatório geral com resultados promissores. Porém, mais pesquisas são necessárias para confirmar esses usos.

Ashwagandha (Withania somnifera)

ashwagandha, ou Withania somnifera, é também chamada de ginseng indiano, por ter vários usos similares como um adaptógeno, apesar de não ser botanicamente relacionado ao ginseng real. Ela faz parte da família Solanaceae, a mesma do tomate.

A ashwagandha é tradicionalmente usada para nutrir o corpo inteiro, principalmente em momentos de estresse crônico ou recuperação. Ao contrário do ginseng verdadeiro, ela não é estimulante, mas pode ajudar as pessoas a dormir melhor e pode ser tomada tarde da noite. Ela costuma ser usada como um adaptógeno ou em doenças autoimunes.

Uma revisão sistemática de estudos clínicos randomizados de 2013, utilizando o ginseng para vários sintomas de menopausa, não encontrou evidências de efetividade conclusivas. Porém, estudos usando qualquer tipo de ginseng foram incluídos nessa revisão, o que levou a inconsistências em possíveis doses, preparações e plantas específicas. Outra revisão sistemática de estudos randomizados e controlados por placebo, concluída em 2022, descobriu que os estudos incluídos, que também incluíam o uso de qualquer tipo de ginseng, demonstraram melhora em ondas de calor, sintomas da menopausa e qualidade de vida geral em mulheres na menopausa. Um interesse maior em medicamentos de origem vegetal aumentará a qualidade dos estudos e das informações.

Efeitos Colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns do ginseng são dificuldade para dormir ou sentimento de estímulo em excesso e inquietação. O ginseng também pode afetar a pressão arterial, a frequência cardíaca e a menstruação, podendo causar dores de cabeça e distúrbios digestivos. Os tipos de ginseng são conhecidos por interagir com alguns medicamentos, principalmente estatinas, anticoagulantes, pressão arterial e medicamentos para a glicose sanguínea. Conte ao seu médico sobre qualquer suplemento que você tomar.

Conclusão

Parte do nome botânico, Panax, é derivado da palavra panaceia, o que significa que o ginseng pode ser usado como um tratamento para várias doenças diferentes de todos os sistemas do corpo. Ele é um grupo poderoso e importante de plantas, com um histórico longo e tradicional de uso para várias doenças. Estudos científicos que nos deem mais confiança no uso do ginseng como um medicamento de origem vegetal continuam a ser conduzidos. Converse com seu provedor de saúde qualificado sobre adicionar o ginseng no seu regime diário para o bem-estar geral.

Referências:

  1. Asian ginseng. National Center for Complementary and Integrative Health. Accessed October 2, 2022. https://www.nccih.nih.gov/health/asian-ginseng
  2. de Oliveira Zanuso B, de Oliveira Dos Santos AR, Miola VFB, Guissoni Campos LM, Spilla CSG, Barbalho SM. Panax ginseng and aging related disorders: A systematic review. Exp Gerontol. 2022;161:111731. doi: 10.1016/j.exger.2022.111731
  3. Chen W, Balan P, Popovich DG. Review of ginseng anti-diabetic studies. Molecules. 2019;24(24):4501. Published 2019 Dec 9. doi: 10.3390/molecules24244501
  4. Glatthaar-Saalmüller B, Sacher F, Esperester A. Antiviral activity of an extract derived from roots of Eleutherococcus senticosus. Antiviral Res. 2001;50(3):223-228. doi: 10.1016/s0166-3542(01)00143-7
  5. Kim MS, Lim HJ, Yang HJ, Lee MS, Shin BC, Ernst E. Ginseng for managing menopause symptoms: a systematic review of randomized clinical trials. J Ginseng Res. 2013;37(1):30-36. doi: 10.5142/jgr.2013.37.30
  6. Kuo J, Chen KW, Cheng IS, Tsai PH, Lu YJ, Lee NY. The effect of eight weeks of supplementation with Eleutherococcus senticosus on endurance capacity and metabolism in human. Chin J Physiol. 2010;53(2):105-111. doi: 10.4077/cjp.2010.amk018
  7. Lee HW, Ang L, Lee MS. Using ginseng for menopausal women's health care: a systematic review of randomized placebo-controlled trials. Complement Ther Clin Pract. 2022;48:101615. doi: 10.1016/j.ctcp.2022.101615
  8. Li T, Ferns K, Yan ZQ, et al. Acanthopanax senticosus: photochemistry and anticancer potential. Am J Chin Med. 2016;44(8):1543-1558. doi: 10.1142/S0192415X16500865
  9. Shergis JL, Zhang AL, Zhou W, Xue CC. Panax ginseng in randomised controlled trials: a systematic review. Phytother Res. 2013;27(7):949-965. doi: 10.1002/ptr.4832
  10. Sumiyoshi M, Kimura Y. Effects of Eleutherococcus senticosus cortex on recovery from the forced swimming test and fatty acid β-oxidation in the liver and skeletal muscle of mice. Nat Prod J. 2016;6(1):49-55. doi: 10.2174/2210315506999151207145020
  11. Szczuka D, Nowak A, Zakłos-Szyda M, et al. American ginseng (Panax quinquefolium L.) as a source of bioactive phytochemicals with pro-health properties. Nutrients. 2019;11(5):1041. Published 2019 May 9. doi: 10.3390/nu11051041
  12. Tilgner S. Herbal Medicine: From the Heart of the Earth. Creswell, OR: Wise Acres; 2009.
  13. Vuksan V, Xu ZZ, Jovanovski E, et al. Efficacy and safety of American ginseng (Panax quinquefolius L.) extract on glycemic control and cardiovascular risk factors in individuals with type 2 diabetes: a double-blind, randomized, cross-over clinical trial. Eur J Nutr. 2019;58(3):1237-1245. doi: 10.1007/s00394-018-1642-0
  14. Wood M. The Earthwise Herbal, A Complete Guide to Old World Medicinal Plants. Berkley, CA: North Atlantic Books; 2008.
  15. Wood M. The Earthwise Herbal: A Complete Guide to New World Medicinal Plants. Berkeley, CA: North Atlantic Books; 2009.